O investimento em royalties musicais tem se tornado cada vez mais popular como uma forma de diversificação de portfólio e fonte de renda passiva. Porém, junto com essa popularidade, surgem também diversos mitos e mal-entendidos que podem confundir potenciais investidores. Neste artigo, vamos desmistificar os principais mitos sobre o investimento em royalties musicais, ajudando você a entender melhor como esses ativos funcionam e quais os riscos e benefícios envolvidos.
Mito 1: “É preciso ter uma fortuna para investir em royalties musicais”
Realidade: Antigamente, o investimento em royalties musicais era algo quase exclusivo para grandes empresas e investidores com alto poder aquisitivo, devido ao valor elevado de aquisição dos direitos sobre uma obra. Hoje, porém, plataformas como a Hurst Capital e Royalty Exchange democratizaram o acesso, permitindo que investidores menores participem do mercado. Em alguns casos, é possível começar a investir com quantias acessíveis, a partir de R$ 10 mil.
Essas plataformas trabalham com a tokenização de ativos, ou seja, dividem os royalties em frações menores, o que permite que várias pessoas comprem pequenas partes dos direitos. Isso facilita a entrada de pequenos investidores e torna o mercado de royalties musicais muito mais inclusivo.
Mito 2: “Os royalties musicais são uma fonte de renda garantida e livre de riscos”
Realidade: Assim como qualquer tipo de investimento, os royalties musicais têm seus próprios riscos. Um dos principais é o de uma música deixar de ser executada ou perder popularidade, o que reduziria o volume de royalties recebidos. Por exemplo, jingles de propaganda e músicas-tema podem ser substituídos ou deixar de ser usados, reduzindo o retorno financeiro esperado.
Além disso, royalties musicais são um tipo de investimento de baixa liquidez. Uma vez que o capital é investido, o investidor geralmente precisa aguardar o prazo de maturação para resgatar o valor sem penalidades. Dessa forma, os royalties musicais podem ser uma boa opção para quem busca diversificação e um fluxo de renda passiva, mas não devem ser vistos como livres de risco ou garantidos.
Veja também:
- Música Tokenizada: como receber royalties por meio da tokenização de músicas?
- Onde comprar royalties musicais? Veja opções no Brasil e no exterior.
- O que são e como funciona os royalties musicais?
Mito 3: “Royalties musicais são investimentos de alta liquidez, como ações”
Realidade: Os royalties musicais são considerados de baixa liquidez. Isso significa que, uma vez feito o investimento, o capital normalmente fica retido pelo período estabelecido, que pode ser de meses ou anos. Diferente de ações e títulos de renda fixa, onde a venda pode ocorrer a qualquer momento no mercado secundário, os royalties não têm um mercado tão dinâmico.
Algumas plataformas, como a Hurst Capital, permitem que o investidor negocie suas cotas no mercado secundário, mas essa prática é limitada e depende da própria plataforma. Portanto, investidores devem considerar a baixa liquidez como um fator importante ao avaliar esse tipo de investimento.
Mito 4: “Investir em royalties musicais é o mesmo que investir em um fundo de renda fixa”
Realidade: Apesar de os royalties musicais serem uma fonte de renda previsível em alguns casos, eles não se enquadram como investimentos de renda fixa e não possuem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que protege certos investimentos, como CDBs e poupança. Dessa forma, os royalties são classificados como ativos alternativos, e a rentabilidade depende diretamente da popularidade e execução contínua das músicas investidas.
Ao contrário de um título de renda fixa, onde o retorno é estabelecido previamente, os ganhos com royalties musicais podem variar consideravelmente. Essa variabilidade é influenciada por fatores como o número de execuções da música em rádios, streaming, eventos públicos e outros. Portanto, investidores devem estar cientes de que não existe uma “garantia de retorno” com royalties musicais.
Mito 5: “Qualquer música popular é uma boa opção de investimento em royalties”
Realidade: Embora músicas populares possam parecer investimentos atraentes, o potencial de retorno depende de vários fatores, como o histórico de execução da música e o perfil de uso dela em diferentes mídias (rádio, streaming, comerciais, etc.). Além disso, o tempo de popularidade de uma música pode ser curto, o que impacta diretamente na quantidade de royalties gerados.
Investidores precisam avaliar se a obra tem potencial de execução duradoura. Um clássico, por exemplo, como músicas de artistas renomados, tende a gerar royalties por muitos anos. Plataformas de investimento geralmente realizam uma análise prévia, considerando o histórico e o perfil da música, para oferecer ativos com bom potencial de retorno a longo prazo.
Mito 6: “Os royalties de streaming são sempre baixos e não compensam o investimento”
Realidade: Enquanto é verdade que os royalties de streaming têm um valor baixo por reprodução, a popularidade do streaming como principal meio de consumo de música aumenta o potencial de retorno desses royalties. Em plataformas como Spotify e Apple Music, a renda depende do número de reproduções, o que pode ser vantajoso para músicas muito populares e de longo alcance.
Além disso, a tecnologia blockchain e contratos inteligentes estão sendo explorados para tornar a distribuição de royalties mais eficiente e transparente, o que pode reduzir custos e aumentar o retorno para os detentores de direitos autorais. Essa inovação ainda está em desenvolvimento, mas já mostra como os royalties musicais podem se beneficiar da digitalização.
Mito 7: “Não há como medir o desempenho de uma música antes de investir”
Realidade: Muitas plataformas de investimento em royalties musicais fornecem análises detalhadas do histórico de execução das músicas, ajudando o investidor a avaliar o potencial de retorno. O ECAD, no Brasil, e as PROs nos EUA, como ASCAP e BMI, oferecem dados sobre o desempenho de músicas e arrecadação de royalties. Esses dados são essenciais para avaliar se a obra ainda possui popularidade suficiente para gerar rendimentos consistentes.
O conhecimento prévio do histórico de uma música permite que o investidor tome decisões mais informadas, baseando-se em dados sobre execuções em rádio, televisão e plataformas de streaming, entre outros.
Mito 8: “Royalties musicais não são indicados para investidores iniciantes”
Realidade: Embora os royalties musicais exijam conhecimento específico sobre a indústria da música, plataformas especializadas facilitam o processo para investidores novatos. Empresas como Hurst Capital e Royalty Exchange oferecem suporte e informações para ajudar novos investidores a entender o mercado de royalties musicais.
Com as ferramentas e análises fornecidas por essas plataformas, investidores iniciantes conseguem avaliar o perfil de risco e retorno dos ativos, tornando o investimento acessível mesmo para quem está começando no setor. É importante, porém, estudar bem as características desse tipo de investimento antes de entrar, para entender a dinâmica de retorno e os riscos envolvidos.
O investimento em royalties musicais oferece uma oportunidade única para diversificação de portfólio, especialmente para aqueles que buscam alternativas à renda fixa tradicional e ao mercado de ações. No entanto, é crucial entender os mitos e realidades associados a esse tipo de ativo para tomar decisões informadas e gerenciar as expectativas.
Em resumo:
- É possível começar a investir com quantias menores, graças à tokenização e plataformas acessíveis.
- Royalties musicais têm baixa liquidez, e o retorno depende da continuidade do sucesso da obra.
- Esses investimentos não têm proteção do FGC e não são garantidos como a renda fixa.
- Os royalties de streaming podem ser baixos, mas o alcance global das plataformas de streaming ainda traz boas oportunidades.
- Plataformas especializadas ajudam a analisar e monitorar o desempenho das músicas, tornando o investimento viável até para iniciantes.
Para quem tem interesse em explorar o mercado de royalties musicais, a recomendação é estudar o funcionamento e os riscos, além de analisar o potencial de cada obra antes de investir. Este é um ativo que combina com estratégias de longo prazo e de diversificação, oferecendo retorno sobre obras que podem ter um apelo duradouro no mercado.
VEJA TAMBÉM: Como criar música com inteligência artificial?