A tokenização de royalties musicais é uma das inovações mais promissoras da nova economia digital. Unindo blockchain, finanças descentralizadas (DeFi) e a indústria musical, essa tecnologia permite transformar músicas em ativos digitais negociáveis. Neste artigo, você vai entender como funciona a tokenização de royalties, quais as vantagens para artistas e investidores, e conhecer exemplos reais de plataformas que estão revolucionando o mercado musical.
O que é tokenização de royalties musicais?
A tokenização é o processo de transformar um ativo físico ou digital em tokens registrados em uma blockchain. No caso dos royalties musicais, o que se transforma em token é o direito de receber uma porcentagem da receita gerada por uma música (ou catálogo musical).
Esses tokens representam participações fracionadas nos direitos autorais, e podem ser comprados e vendidos por investidores, da mesma forma que ações de empresas ou cotas de fundos imobiliários.
Por que a tokenização está crescendo no mercado musical?
A indústria da música gera bilhões de dólares por ano em royalties, mas grande parte desse dinheiro sempre esteve concentrada nas mãos de gravadoras, editoras e grandes investidores. A tokenização quebra esse monopólio e:
- Permite acesso democrático ao investimento musical;
- Garante transparência nas transações via blockchain;
- Facilita a liquidez de ativos que antes eram ilíquidos (como royalties de músicas);
- Cria novas fontes de renda passiva para pequenos e grandes investidores;
- Oferece controle direto ao artista sobre a distribuição dos seus direitos.
Como funciona na prática?
O processo de tokenização de royalties musicais pode ser dividido em cinco etapas principais:
1. Registro dos direitos autorais
A música precisa estar registrada em entidades oficiais (como ECAD no Brasil, BMI ou ASCAP nos EUA), garantindo a legalidade dos direitos a serem distribuídos.
2. Avaliação dos royalties
A plataforma faz uma análise do desempenho da música: receita com streaming, sincronização, execuções públicas etc. Com base nisso, é definido o valor de mercado dos royalties.
3. Emissão dos tokens
A participação nos royalties é dividida em tokens, que podem ser comprados por investidores. Cada token dá direito a uma fração da receita gerada.
4. Oferta ao mercado
Os tokens são disponibilizados em plataformas especializadas, como Royalty Exchange, Opulous, AnotherBlock, entre outras.
5. Pagamento aos detentores
Conforme a música gera receita, os valores são repassados automaticamente aos holders dos tokens, de forma transparente e rastreável pela blockchain.
Veja também:
- Blockchain para músicas e suas vantagens
- Royalties Musicais x Fundos imobiliários: Qual melhor investimento?

Exemplo prático: investindo em uma música do Justin Bieber
A plataforma AnotherBlock, baseada na Suécia, lançou em 2022 uma oferta de tokens de royalties da música "Company", de Justin Bieber. Cada token representava uma fração dos royalties gerados por aquela música no Spotify, Apple Music, YouTube e outras plataformas.
- Valor total da oferta: US$ 75.000
- Retorno estimado anual: entre 6% e 10%
- Pagamento trimestral automático em criptomoeda ou moeda fiat
Em poucos minutos, todos os tokens foram vendidos. Esse é um exemplo claro de como uma faixa musical se torna um ativo financeiro descentralizado.
Vantagens para investidores
Quem compra tokens de royalties musicais busca basicamente renda passiva, diversificação de portfólio e exposição a um mercado resiliente. Veja os principais benefícios:
- Rendimentos recorrentes com base em execuções e streams;
- Baixa correlação com ativos tradicionais como ações e imóveis;
- Potencial de valorização dos tokens, conforme a música cresce em popularidade;
- Participação em ativos culturais e criativos com impacto global;
- Possibilidade de negociar os tokens em mercados secundários (liquidez).
Vantagens para artistas
Do lado dos músicos, a tokenização representa uma revolução:
- Permite captar recursos sem depender de gravadoras;
- O artista pode vender apenas uma parte dos seus direitos, mantendo o controle da obra;
- Estimula o engajamento com fãs, que se tornam investidores;
- Oferece transparência total sobre arrecadações e distribuição de royalties;
- Possibilita a monetização de catálogos antigos que estavam ociosos.
As principais plataformas de tokenização musical
A seguir, conheça as plataformas que estão liderando esse movimento e como cada uma atua:
1. Royalty Exchange (EUA)
Site: royaltyexchange.com
Foi uma das pioneiras no leilão de royalties. Embora não utilize blockchain diretamente, oferece uma plataforma para artistas e investidores negociarem direitos autorais de maneira segura. Muitos catálogos de hip-hop, rock e pop já foram negociados por lá.
2. AnotherBlock (Suécia)
Site: anotherblock.io
Plataforma baseada em blockchain focada na venda de tokens de royalties de grandes artistas. Já disponibilizou faixas de Justin Bieber, The Weeknd e Rihanna. Trabalha com contratos inteligentes para pagamento automático de royalties.
3. Opulous (Singapura)
Site: opulous.org
Criada pelos fundadores da plataforma de distribuição Ditto Music, a Opulous permite que artistas tokenizem seus royalties e também levantem capital por meio de Music NFTs. Usa a blockchain Algorand para registrar as transações.
4. Hurst Capital (Brasil)
Site: hurst.capital
Plataforma de ativos alternativos que já lançou ofertas tokenizadas de royalties musicais no Brasil. Usa veículos jurídicos tradicionais combinados com tecnologia para oferecer retorno sobre arrecadações musicais, especialmente em gêneros populares como sertanejo e gospel.
5. Revelator (Israel)
Site: revelator.com
Foca na distribuição e gestão de direitos musicais com soluções baseadas em blockchain. Oferece ferramentas para artistas controlarem seus ganhos e distribuírem tokens a investidores ou fãs.

A legislação permite tokenizar músicas no Brasil?
Sim, embora ainda não exista uma regulamentação específica, o Brasil já tem bases legais que permitem a tokenização de ativos intangíveis, como royalties. A Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98) reconhece o direito de cessão parcial de receitas, o que viabiliza a tokenização como modelo de co-investimento.
Além disso, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) permite a emissão de valores mobiliários digitais, desde que as plataformas estejam registradas ou operem sob regimes específicos.
É fundamental que a empresa responsável pela tokenização cuide de todos os trâmites legais, como:
- Contratos com os detentores dos direitos;
- Transparência nos fluxos de receita;
- Clareza na divisão dos percentuais de participação;
- Cumprimento das normas do ECAD e demais órgãos arrecadadores.
Riscos e cuidados para quem deseja investir
Apesar do alto potencial, a tokenização de royalties musicais envolve riscos, como:
- Receita variável: os ganhos dependem do sucesso da música ao longo do tempo.
- Baixa liquidez inicial: nem sempre há mercado secundário para revenda dos tokens.
- Riscos jurídicos: se os direitos autorais não forem devidamente registrados, pode haver disputa legal.
- Volatilidade do mercado cripto: quando o pagamento ocorre via blockchain, há exposição às oscilações das criptomoedas.
Dica: Sempre analise o histórico da música, o tempo de arrecadação, os contratos envolvidos e a reputação da plataforma antes de investir.
Como começar?
Se você quer dar os primeiros passos na tokenização de royalties musicais, siga este roteiro:
- Estude as plataformas: acesse os sites da AnotherBlock, Opulous e Hurst Capital e entenda como funciona cada uma.
- Cadastre-se como investidor: algumas exigem KYC (verificação de identidade).
- Analise as ofertas disponíveis: verifique a rentabilidade estimada, duração do contrato e formas de pagamento.
- Diversifique seus investimentos: não aposte todo seu capital em uma única música ou artista.
- Acompanhe os resultados: use as ferramentas da própria plataforma para visualizar seus rendimentos e possíveis saídas.
O futuro da tokenização musical
O mercado de royalties tokenizados ainda está em estágio inicial, mas cresce de forma consistente. Espera-se que, nos próximos anos, mais artistas independentes usem essa tecnologia para financiar suas carreiras, e mais investidores comuns tenham acesso a esse tipo de ativo.
Com a expansão do uso de contratos inteligentes e blockchains reguladas, a tokenização tende a se consolidar como uma nova classe de investimento alternativo, combinando cultura, inovação e rendimento.
A tokenização de royalties musicais é uma ponte entre o mundo artístico e o financeiro. Ela permite transformar músicas em ativos digitais reais, que geram renda passiva e podem ser negociados globalmente. Para artistas, é uma forma moderna de captar recursos e engajar fãs. Para investidores, representa uma nova forma de diversificar seus investimentos e participar dos lucros da indústria criativa.
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