O Mercado Bitcoin (MB), uma das maiores plataformas de ativos digitais da América Latina, anunciou que um token vinculado à música "Manda um Oi", de Guilherme & Benuto em parceria com Simone Mendes, alcançou a marca de R$ 500 mil em arrecadações em apenas 10 dias. A oferta foi realizada entre 29 de novembro e 9 de dezembro de 2024 e atraiu um total de 531 investidores.
De acordo com os dados divulgados, 63% dos investidores estão na faixa etária entre 36 e 55 anos, o que demonstra o apelo do produto financeiro a um público mais maduro. Além disso, 91% dos participantes já eram usuários da plataforma MB, enquanto outros 14 abriram contas exclusivamente para participar dessa oferta inovadora.
O token oferecido garante aos investidores uma participação nos royalties futuros da música, abrangendo ganhos provenientes de execuções públicas e reproduções em plataformas como Spotify, Apple Music e YouTube. A remuneração será paga trimestralmente ao longo de 10 anos, com projeções de retorno anual que podem atingir 23,4%. Vale destacar que, por se tratar de um token sem mercado secundário, os investidores não poderão revender suas cotas antes do vencimento do prazo.
Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, comentou sobre a inovação:
“A tokenização de royalties musicais democratiza o acesso a um mercado que sempre foi restrito, permitindo que investidores comuns se conectem diretamente ao desempenho de uma obra.”
Ele também enfatizou os benefícios desse modelo tanto para investidores quanto para artistas:
“A tokenização traz liquidez e diversificação ao portfólio do investidor, ao mesmo tempo em que oferece aos artistas uma nova forma de monetizar seu trabalho sem depender apenas das plataformas de streaming.”
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O Mercado de Royalties Musicais no Brasil
O mercado de royalties musicais no Brasil tem mostrado um crescimento significativo nos últimos anos, impulsionado principalmente pela digitalização da música e pelo aumento no consumo de plataformas de streaming. A tokenização de royalties, que é relativamente recente no país, surge como uma solução moderna para democratizar esse tipo de investimento.
Historicamente, os royalties musicais eram acessíveis apenas a grandes investidores ou empresas do setor fonográfico. No entanto, com a tokenização, qualquer pessoa pode adquirir frações de direitos autorais e participar do crescimento financeiro das músicas. Essa tendência, além de ampliar o acesso, também cria novas possibilidades para artistas e produtores, que conseguem obter antecipadamente recursos financeiros para impulsionar suas carreiras.
Plataformas como Hurst Capital e Brodr têm se destacado nesse cenário, permitindo que investidores adquiram participações em músicas de sucesso. Essas empresas oferecem oportunidades que variam entre músicas de artistas renomados e obras de artistas emergentes, proporcionando diversificação tanto para investidores quanto para artistas.
Um exemplo notável foi a tokenização da música “Evidências”, um dos maiores clássicos da música brasileira, que atraiu grande interesse de investidores devido à sua recorrência nas plataformas digitais e execuções públicas.
Além disso, o Brasil está se tornando um polo de inovação nesse mercado, com startups desenvolvendo soluções que conectam investidores a artistas e ampliam as formas de monetização musical. Essa transformação ocorre em paralelo ao aumento do consumo de streaming, que, segundo a IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), cresceu mais de 30% no Brasil nos últimos anos, consolidando o país como um dos maiores mercados de música digital do mundo.
Oportunidades e Desafios
Embora o mercado de royalties musicais apresente grande potencial, ele também enfrenta desafios. A ausência de um mercado secundário para negociação de tokens, por exemplo, pode limitar a liquidez para investidores. Além disso, a previsão de retorno financeiro depende diretamente do desempenho da obra nas plataformas e nas execuções públicas, o que pode ser difícil de prever.
Por outro lado, o crescimento desse mercado reflete a crescente valorização da música como ativo financeiro. Para artistas, essa modalidade representa uma alternativa interessante de financiamento, que vai além dos contratos com gravadoras ou da dependência do streaming. Para investidores, os royalties musicais oferecem uma oportunidade de diversificação e geração de renda passiva.
Com iniciativas como as do Mercado Bitcoin e de outras plataformas especializadas, o Brasil está na vanguarda de um movimento global que busca transformar o mercado musical em uma oportunidade acessível e lucrativa para todos.
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